COMPORTAMENTO VOCAL DOS TÉCNICOS EM DESENVOLVIMENTO INFANTIL (TDI)
Resumo
O técnico em desenvolvimento infantil (TDIs) é o profissional responsável pela educação básica da criança na faixa etária de 0 a 3 anos e 11 meses. A voz destes profissionais é o elo para o desenvolvimento infantil, pois tem o papel fundamental para a solidificação do ensino e aprendizagem. Muitos estudos foram realizados sobre a voz do professor, contudo, pouco se sabe do comportamento vocal dos TDIs. Objetivo: Analisar o comportamento vocal dos técnicos em desenvolvimento infantil (TDIs). Métodos: Participaram 73 TDIs da rede municipal de ensino da cidade de Cuiabá-MT. Os TDIs responderam ao questionário de autopercepção Condição de Produção Vocal do Professor – CPV-P. Neste estudo foram selecionadas as respostas de: dados de identificação (idade, sexo, estado civil e escolaridade); hábitos vocais (bons e maus hábitos); sintomas vocais; satisfação com o uso da voz; falta ao trabalho por alterações vocais; e se recebeu orientações sobre os cuidados com a voz. Foi realizada uma análise descritiva dos dados por meio de gráficos e tabelas; e feita análise estatística bivariada a fim de verificar a associação entre os hábitos vocais e os sintomas vocais autorreferidos pelos TDIs, utilizando-se o Teste Quiquadrado. Resultados: Os TDIs são em sua maioria do sexo feminino (91,78%), com idade média de 36,65 anos (DP = 8,63), todos possuem ensino superior completo e cumprem 30 horas semanais de trabalho. 50% dos TDIs já receberam orientações sobre os cuidados com a voz. Porém, ainda há uma elevada prevalência de maus hábitos vocais entre estes profissionais. Os maus hábitos vocais mais prevalentes foram: consumir bebida alcoólica (75%), gritar (69,86%) e falar muito (63,01%). O bom hábito vocal mais prevalente foi se alimentar em horários regulares (58,33%). Em contrapartida, os TDIs apresentaram diversos sintomas vocais, sendo o mais prevalente o cansaço ao falar (62,5%). Na análise bivariada foram verificados que vários sintomas vocais foram associados aos hábitos vocais, como “falar muito” que foi associado à pigarro, secreção na garganta e dor ao falar (p-valor ≤ 0,05). Diante disso, 36% dos TDIs referiram que já faltaram ao trabalho por causa de um problema vocal, e que mesmo diante dos inúmeros sintomas vocais, 88% dos TDIs demonstraram-se satisfeitos com a própria voz. Conclusão: Os TDIs apresentam diversos hábitos vocais inadequados, que estão produzindo sintomas vocais nestes profissionais. Sugere-se que haja ações de prevenção das disfonias para os TDIs, já que estes estão expostos aos mesmos riscos ocupacionais dos professores.
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