LUTO NÃO RECONHECIDO: RELATO DE MULHERES QUE SOFRERAM ABORTO ESPONTÂNEO NO INÍCIO DA GRAVIDEZ

Autores

  • Bárbara de Souza Villar
  • Ellen Caroline Furlan Nogueira
  • Mirelle Martins Coelho Sgobbi
  • Stefany Pereira Cardoso Farbi
  • Juliana Batista Fitaroni

Resumo

O presente estudo teve como objetivo compreender, a partir das narrativas de mulheres que sofreram aborto
espontâneo no primeiro trimestre gestacional, os aspectos biopsicossociais vivenciados por elas e as maneiras de
enfrentamento do luto, bem como a relação com os profissionais de saúde, a família e a sociedade ao lidar com a
perda. Para isso, foi realizada uma pesquisa com cinco entrevistas semiestruturadas com mulheres que passaram
pelo aborto espontâneo no início da gravidez e frequentam a associação “Mães de Anjo Mato Grosso”. O material
coletado foi explorado por meio da Análise de Conteúdo de Laurence Bardin. Observou-se que, para as
participantes, o luto perinatal é um processo contínuo e diário. Explorar essa temática se mostrou importante para
evidenciar as condições psicológicas que essas mulheres enfrentam diante do aborto espontâneo, como culpa,
medo, vergonha, julgamentos e invisibilidade, que são presentes e frequentes no processo de luto das entrevistadas.
A maioria das enlutadas não teve suporte psicológico para o enfrentamento do luto, mas reconheceram que as
psicólogas são importantes facilitadoras e sentiram falta desse cuidado emocional. Dessa forma, torna-se
necessária a presença de elementos que contribuam para uma reflexão sobre o desempenho e a postura dos
profissionais, familiares e sociedade, já que as participantes evidenciaram que o acolhimento, a empatia e a
compreensão são fundamentais para um bom atendimento dos profissionais de saúde e uma boa relação com as
pessoas com quem convivem após a vivência de uma perda difícil e dolorosa como a de um filho.

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Publicado

19-07-2024

Edição

Seção

TCC'S