LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR MIPS NO ESTADO DE MATO GROSSO ENTRE OS ANOS DE 2019 E 2023

Autores

  • Hugo Leonardo Gonçalves Vargas
  • Rommel Darolt Rabelo
  • Valdirene Rodrigues da Silva Nogueira
  • Luana Letícia Vila Donadel

Resumo

A ampla disponibilidade de medicamentos contribui para o surgimento de diversos problemas relacionados a esses produtos, sendo as intoxicações um dos problemas mais sérios, criando um desafio significativo para a saúde pública tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. A intoxicação por medicamentos, pode resultar de exposição aguda ou crônica a qualquer fármaco, em doses normais ou excessivas, por qualquer via de administração, causando efeitos que variam de leves a graves. A regulação insuficiente da publicidade de medicamentos, a facilidade de acesso a fármacos que exigem prescrição médica, a falta de legislação específica sobre embalagens seguras, a escassez de iniciativas voltadas para o desenvolvimento da atenção farmacêutica e o padrão de consumo de medicamentos pela população, caracterizado pela automedicação, polifarmácia e uso indevido e indiscriminado, especialmente de medicamentos de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), psicotrópicos e antibióticos, são fatores que agravam esse cenário. O estudo objetivou analisar o aumento temporal da intoxicação por medicamentos no Estado de Mato Grosso, no período de 2019 e 2023, destacando a importância da Farmacovigilância na detecção e prevenção de intoxicações por medicamentos. Esse trabalho teve como objetivo analisar o perfil das intoxicações por Medicamentos Isentos de Prescrição notificados no (SINAN-DATASUS), sendo utilizados dados da secretaria de Estado de Saúde de Mato grosso (SES-MT), cadastrados no DwWeb. A pesquisa caracterizou-se por um estudo ecológico, retrospectivo e descritivo, levantando dados notificados em 28 municípios do Estado, levantou dados como princípio ativo, número de casos, circunstância da exposição, idade, faixa etária, sexo e município de residência. A análise dos dados revelou que a tentativa de suicídio foi a circunstância mais frequente, com 107 casos (71,8%), seguida por uso acidental com 15 casos (10%) e automedicação com 9 casos (6,04%). Os casos de suicídio ocorreram principalmente na adolescência, enquanto intoxicações acidentais foram mais comuns em crianças de 0 a 10 anos e intoxicações por automedicação prevaleceram entre 11 e 20 anos. Comparando por sexo, houve 5,88% de notificações acidentais entre mulheres e 27,58% entre homens; automedicação causou 5,88% das intoxicações em mulheres e 6,89% em homens; suicídio foi registrado em 79,83% das mulheres e 51,72% dos homens. Crianças de 0 a 10 anos têm 57,1 vezes mais chances de intoxicação acidental. Jovens de 11 a 20 anos têm 4,23 vezes mais chances de intoxicação por automedicação. A tentativa de suicídio é 1,21 vezes mais provável entre 11 e 30 anos do que em outras idades. A
4

conscientização sobre os riscos da automedicação é fundamental para assegurar a segurança e o bem-estar da população. Diante do cenário atual, é imperativo implementar medidas eficazes para combater a intoxicação por medicamentos, com ênfase na prevenção da automedicação e no uso inadequado de fármacos. A atuação dos profissionais farmacêuticos, em conjunto com políticas de farmacovigilância e educação em saúde, desempenha um papel crucial na prevenção desses eventos e na promoção da segurança e eficácia no tratamento dos pacientes. A valorização e o fortalecimento dessas práticas são essenciais para garantir a saúde da população de Mato Grosso

Palavras Chaves: Intoxicação exógena; Automedicação; Uso racional de medicamento.

Downloads

Publicado

15-07-2024

Edição

Seção

TCC'S